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Resenha: Mad Max‬: Estrada da Fúria (2015)

Por: | 21:03 Deixe um comentário

Avaliação

Eu tenho vagas imagens da trilogia Mad Max clássica na cabeça por conta do meu pai que gostava, tenho a Tina Turner cantando "We Don't Need Another Hero" com aquele visual exótico e lembranças vagas do Max de Gibson. 2015 está sendo o ano da ressurreição. Diversos clássicos sendo trazidos em novas produções depois de longos anos guardados, como "Exterminador do Futuro", "Jurassic Park", "Star Wars" e o próprio "Mad Max". Franquias que pertenceram à época de nossos pais e o início da nossa.  Nem sempre se obtém sucesso com sequências, o que não é o caso de Mad Max. 

Max (Tom Hady) é conhecido como "Guerreiro das Estradas" neste mundo pós-apocalíptico, após ser capturado pelo clã de Immortan Joe (Hugh Keays-Byrne - Mad Max 1979) e usado como decorativo em um carro de guerra na perseguição da traidora (e absurdamente linda e incrível) Imperatriz Furiosa (Charlize Theron) e suas garotas, Max vê uma oportunidade de escapar dessa enrascada e retornar a sua caminhada por este mundo vasto e seco.

Você tem aproximadamente cinco minutos para pegar fôlego antes de ser dada a largada. Max faz uma parada para petiscar antes de se tornar prisioneiro de Immortan Joe, até que encontra uma brecha para iniciar a correria do filme. Você vai se afundando na cadeira do cinema, cruzando e descruzando pernas, abrindo e fechando a boca. É uma ação bem aproveitada e que irá mudar seu conceito em relação aos filmes do gênero.
Eu nunca fui fã de vilãozinho pau no cu, do tipo que todo mundo teme e obedece porque ele é ruim, mas que suas ruindades sempre tenham sido feitas pelas mãos de seguidores ou capachos. E Immortan Joe não é assim. Ele viu que suas ordens não estavam sendo seguidas e foi resolver com as próprias mãos, destruindo quem tenha que destruir. Immortan Joe é proprietário único de toda comida, água e algumas mulheres de Cidadela, ele decide o quanto divide com sobra de "população". E a caracterização dele é fantástica, desde a colocação à retirada.

Eu colocaria Max como "Baby Doll" em Sucker Punch, mas com algumas distorções. Baby Doll era a protagonista do filme mas não da história, ela quem influenciava e planejava para salvar as outras garotas, mas quem muito entrava em ação mesmo eram as próprias. Max é uma mão na roda. É a alavanca para que Furiosa e as garotas consigam chegar em seu destino planejado, mas quem faz a porra toda acontecer mesmo são elas. As mais "frágeis" e doces donzelas cooperando para grandes destruições.

Não querendo partir pro feminismo porque é um assunto interessantíssimo que não é todo mundo que sabe discutir e que não viria a acarretar boa interpretação talvez. Mas o que eu quero dizer, toda essa ideia de salvar as garotas porque elas não tem que ser objeto, propriedade ou recurso reprodutivo de ninguém. A ideia é que, não é só exaltar a imagem feminina, mas a humanidade feminina. "Eu mereço minha liberdade não só porque sou mulher, mas porque sou um ser humano e tenho direito". Esse foi meu ponto de vista em relação ao ato da Imperatriz Furiosa. Não é questão só de ser mulher, é questão da humanidade e a liberdade. O que ela fez pelas garotas e por si. Não é pra ser interpretado como "Mulheres destruindo homens machistas", porque haviam homens com famílias na Cidadela, com esposa e filhos e porque carregaram dois deles com elas o filme inteiro. Então não sejam chatos quanto a exaltação da imagem da mulher neste filme. Mentira, mulherada botou pra foder mesmo, sem chorar aí a machaiada, valeu.


Charlize Theron, de todos seus trabalhos que conheço, desde "Advogado do Diabo" e "Doce Novembro" que foram papéis marcantes, ela se consagrou hoje comigo como uma das personagens femininas mais marcantes do cinema, uma das "Bad Ass" do ranking de mulheres destruidoras, junto com Sarah Connor, Xena, Beatrix Kiddo, Natasha Romanoff entre outras maravilhosíssimas.

Nicholas Hoult, envolvido com seu personagem Nux, aquele que quer impressionar o mestre e se sentar ao lado dos grandes, para que faça valer o resto de vida que lhe tenha. Quando vi Nux, já me familiarizei de cara e tentei buscar de todas as formas o rosto do ator e qual papel havia feito, você vai se lembrar dele como o simpático Hank McCoy, o Fera de "X-Men First Class", um ator adorável.

O Max de Tom Hardy é meio caladão, mas suas meias palavras e atos são essenciais e na medida certa. E que voz linda, vixe. Hardy esteve recentemente no elenco de "Esquadrão Suicida" da DC Comics mas passou papel para outro colega. Fez "Inception" de Christopher Nolan e também interpretou Bane no encerramento da trilogia The Dark Knight, de Batman. "When Gotham is ashes you have my permission to die". 

George Miller é um diretor bastante peculiar. Analisando sua filmografia, você percebe sua habilidade de dirigir filmes mesmo que o tema (ou subgênero) sejam extremamente distintos (As Bruxas de Eastwick e Babe - O Porquinho Atrapalhado na Cidade e seus primeiros trabalhos que foram dois filmes da trilogia "Mad Max").  

A sétima arte é o caminho perfeito para se descobrir grandes nomes, Não sei qual nome certo para usar com mentes assim, mas é como analisamos um artista, seu ponto de vista para transformar histórias sejam ela verdadeiras ou não, de ficção, terror, romance, ação para diante dos olhos da humanidade. Por isso tenho carinho pelo cinema. Vai além de se distrair, de assistir um filme, de rir ou chorar. Vai de aprender, de enxergar. E é isso que aconteceu hoje de incrível. Eu aprendi com um filme de ação, que falando não parece nada, mas que é estupendo e simples no que ele é. Eu poderia ficar horas ali sentada vendo carros com caveiras e espinhos de ferro enferrujado explodindo o tempo inteiro.

Esse não é um filme pra você entrar na internet e detonar com comentários como "Nossa, cheio de furos a história. Não contou da vida de ninguém, nossa." Cala boca, amigo, pera aí. Primeiro que ficaram aberturas para continuação. E quem sabe com resultado positivo deste, Miller não demore tanto tempo para dar continuidade. Segundo que este filme é feito para entreter você sem cobrar muito do seu raciocínio, como aqueles filmes que você tem que analisar cada movimento para poder associar personagens, histórias e compreensão, porque embora seja bom, não é sempre que você tem que engolir isso, também não é sempre que tem que exigir de si assistir a filmes assim, nem cobrar que todos eles sejam assim pra você saciar superficialmente sua suposta superioridade cinéfila.


Compra a pipoca, senta sua bunda aí e se delicie com este Modern Western com muitos monstros de quatro rodas destruídos e dublês.

Embora não seja fã de filmes dublados, a dublagem deste filme foi tão boa que eu assistiria mais umas dez vezes dublado sem problema nenhum. Eu sempre comento de dublados e legendados aqui mas a verdade é que algumas coisas você vai preferir o idioma original, como uma série, talvez alguns filmes ou animações, como também vai preferir assistir dublado.

A trilha sonora desse filme é de trincar o coração no meio, a sincronia de batidas com uma perseguição em comboio foi um trabalho que nem o meu amor Quentin Tarantino com suas trilhas sonoras incomparáveis conseguiria fazer. 

Assista em 2D, 3D. Em IMAX, no UCI, no Cinemark, dublado ou legendado, só assista no cinema. Esqueça Velozes e Furiosos 7 e até "Vingadores: Era de Ultron". Vá assistir Mad Max e ver Charlize lacrando como você nunca viu.
What a Lovely Day.

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