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Resenha: Atividade Paranormal - Dimensão Fantasma (2015)

Por: | 09:55 Deixe um comentário
Avaliação
Lembro-me quando fui assistir o primeiro filme da franquia, ainda estava entrando no universo "found footage" e aquilo pra mim era inovador, assustador e "uau". Eu tinha quinze anos e minha vida na época já era assombrosa o suficiente. Este filme na época havia conquistado um grande público (incluindo eu), começando já pelo marketing, aquela ideia de substituir o trailer do filme pela reação dos expectadores, sensacional. Percebi que o lucro havia subido pra cabeça dos produtores e diretores que tomavam a frente as incansáveis sequências. E no que resultou em filmes sendo produzidos até hoje. Estamos de volta nesse novo longa da Paramount, declarado (por hora) o último dessa franquia lucrativa e mixuruca que é "Atividade Paranormal". 

Primeiro de tudo, 3D não me convence. Eu só arrisco filmes 3D se aparentar ser muito bom ou se a rede não estiver disponibilizando 2D onde eu estiver. Fora isso, é totalmente dispensável. E me desculpe, não camufla filme ruim.  


A história se repete. Uma família formada por dois adultos e uma criança se muda para uma casa, encontra uma caixa de fita cassete com vídeos de pessoas que moravam na casa antes deles, como que repercutindo toda franquia pelos VHS — o que é legal até pra quem não viu nem um filme até então — e descobrem uma câmera que mostra coisas que não captamos a olho nu (nem outras câmeras) e a menina começa a se comportar que nem uma esquisitinha, ponto.

O filme mantém a fórmula dos sustos calculados, aqueles que fazem segundos de tensão te avisando que você vai se assustar, personagens imbecis e toda aquela previsibilidade. Eu até chegava a pensar que eram truques de filmes de terror clássicos como aqueles em que a mocinha ouve um barulho na cozinha e pergunta "Quem está aí?", esperando que o assassino diga que é ele e pergunte se ela quer que faça um lanchinho. Também pensei que este filme fosse esclarecer todos os buracos cavados na franquia, mas só piorou. Falou muito para quem não disse nada. E se for levar em consideração a explicação de todos os casos que é dada no final, acaba sendo mais ridículo ainda. Porque não precisaria seis filmes para finalmente desenvolver toda história que foi tão arrastada  — e lucrativa. O que foi feito em seis filmes, já foi feito em vários outros filmes que não precisaram de sequências, com muito mais coerência, os sustos que tanto gostamos e qualidade. Ou seja, não colou a história.


Às vezes, quando vamos discutir sobre filmes com as pessoas — eu digo até por mim  — quando alguém fala sobre roteiro fraco e todo aquele mimimi, já até incomoda devido a remessa de exigentes que sempre "esperavam mais" de tudo que assistem. Mas há casos, como este por exemplo, em que nem ao menos existe um roteiro pra poder ser avaliado. É como se já não tivesse mais o que inventar, então eles começam a derrubar câmeras, fazer barulhos estranhos e jogar móveis "na cara" dos expectadores com suas versões 3D, para tentar causar boa impressão como filme de terror. Porque enquanto estiver dando lucro eles vão continuar fazendo filmes. Contanto que o final é uma imensa brecha para quem quiser continuar com a patifaria toda.

O que desgastou ainda mais foi terem cometido o mesmo erro que a refilmagem de "Poltergeist - O Fenômeno", que é dar formas a entidades do além. Tudo o que é explícito demais dentro de filmes de terror acaba estragando o suspense e muitas vezes a qualidade do filme (se já não tiver, pior ainda). E foi o que aconteceu. A "alegria" da criançada, que é o querido Toby (o Melocoton da molecada dos filmes) agora pode ser visto como um "espectro". E eu nem sei se posso usar esse termo pois geralmente se adequam a fantasmas. E todo mundo sabe, o Toby não é um. Durante o filme, a famosa filmadora capta a presença do nosso amiguinho junto a família dentro de casa diversas vezes parecendo o Groot de Guardiões da Galáxia.. E o que mais dá poder a filmes de terror é a imaginação, pronto, agora sem privilégio de um filme de terror decente e sem privilégio de poder usar a imaginação.

Pelo país estar em crise, reforça ainda mais a seletividade na hora de comprar ingresso para um filme. Esse eu vou dizer, não vale um real.

Direção de Gregory Plotkin.

Confira resenha do primeiro filme da franquia Atividade Paranormal.

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