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Resenha: Poltergeist - O Fenômeno (2015)

Por: | 02:32 Deixe um comentário

Avaliação


Poltergeist é um marco do terror da década de 80' dirigido por Tobe Hooper, depois vieram as sequências e recentemente uma refilmagem Gil Kenan. In e felizmente, os americanos vêm decaindo em suas produções cinematográficas. Pra quem sempre assumiu o topo da sétima arte, devo dizer que a coisa por lá está bem feia. É muita reciclagem e pouca criação. E para os fãs de clássicos, essas refilmagens têm sido uma facada na jugular.

O filme inicialmente ficou famoso pela cena da garotinha sendo sugada por um aparelho de televisão chuviscada. E mais tarde o sucesso se reforçou devido ao falecimento da Heather O'Rourke (Carol Anne) logo após as filmagens. Quando eu era criança, meus pais compravam aquelas revistas semanais com seleções colecionáveis de filmes. Lembro que uma das páginas eram tomadas por completo com a imagem da pequena Carol Anne com as mãos no televisor, até ali eu não fazia ideia do que se tratava essa doideira toda. Eric Bowen (Sam Rockwell) e sua família se mudam para um bairro não muito bem visto no quesito "classe" pelos vizinhos. O filme ainda conta a história de uma tradicional família norte americana que se muda para uma casa assombrada. Acontece que, diferente da década de 80, esses possuem Iphones, Macbooks e adolescentes arrogantes. O que eu acho péssimo em filmes que acompanham arduamente a tecnologia, incluindo aparelhos de última geração e blá blá blá, empre vem acompanhado de adolescentes imbecis.


Uma coisa que valorizo nos filmes antigos de terror é o suspense inserido na trama, o que hoje em dia já não tem tanto. Tudo quase sempre é explicado de maneira explícita, sem as doses necessárias de sigilo, sustos ou suspense. Algumas refilmagens eu respeito ("Evil Dead", por exemplo) por agregarem muito às obras originais, tanto em roteiro quanto nos elementos, efeitos, maquiagem. O que não é o caso de "Poltergeist". Você adentra esse segundo plano para onde a pequena Madison (Kennedi Clements) é levada, o que era para ser criado à partir de nossa imaginação, igual em 1982. "Po, Dani mas isso faz diferença, meu?" Pra quem assistiu a versão original sabe que faz. Até mesmo a fotografia do filme peca muito em questão de colocação.

Parte do elenco, ainda que muito carismáticos, não mostraram química nenhuma na construção e conexão dos personagens, o que é detestável. Eu ainda estou me perguntando por quê o Sam Rockwell foi se meter numa roubada dessa. Ele estava muito bem sendo o antagonista em "As Panteras". Algumas cenas se salvam por conta da trilha sonora, que colabora com o suspense que o filme deve ter, mas que a ambientação e até a atuação da galerinha não está ajudando. Ou seja, o que poderia ser um filme de terror inovador e bem feito como "Invocação do Mal" foi só mais dinheiro gasto. Gasto pela produção, gasto pelo espectador que acreditou (ou não) que ia poder assistir um filme valorizável. Um dinheiro que poderia pagar todas as minhas contas.

Brincadeira, não é de todo mal assim (é sim), mas tem cenas que valem pelo filme todo, guardem isso. Só parem de reciclar filmes importantes para o cinema, dependendo do caso, pode vir a afetar até as versões originais. Quase aconteceu isso com "Oldboy" do Spike Lee, sério.

Dirigido por Gil Kenan.

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