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Resenha: The Borderlands (2013)

Por: | 12:05
Avaliação
Este é o primeiro trabalho divulgado de Elliot Goldner e um dos filmes mais mal compreendidos e subestimados que eu já vi. Se deixando levar pelo pôster e sinopse, nos dá a entender que é só mais dinheiro gasto no mundo cinematográfico, principalmente por ser terror e tão aclamado gênero "Found Footage" cujo se popularizou com a Bruxa de Blair em '99.

A história se inicia em Belém do Pará, quando Deacon, um especialista religioso no Vaticano, é enviado para desvendar fraudes na Igreja, logo em seguida  uma nova busca, agora em uma pequena cidade na Inglaterra, Deacon fará uma nova investigação na companhia de mais dois colegas. Desta vez, foram chamados pelo Padre da unica, micro e assombrosa Igreja da região para investigar as ocorrências declaradas, a ponto de identificar uma nova fraude. 

Ainda que com os clichês mais utilizados pelos filmes de terror, The Borderlands possui um roteiro valorizável para o espectador, desde que ele se proponha a enxergar além dos sustos e móveis se mexendo. Acredito que a maior sensibilidade humana seja auditiva e nada mais inteligente do que pegar um filme de terror e trabalhar essa sensibilidade. Nada de monstros ou rostinhos deformados, mas muitos resmungos, gemidos, sussurros, choros e arranhões na madeira.



A ideia é que a Igreja esquisitona do pôster foi construída em solo pagão muitíssimos anos depois, o que vem a ser desvendado na metade do filme. Este é um dos clichês que eu nunca me enjoo. Estabelecimentos, lares e templos religiosos sendo construídos em territórios amaldiçoados, cemitérios antigos ou em templos onde eram praticados rituais satânicos. Ah, é um tema clichê, mas que pode gerar histórias fantásticas de terror (Ex. Poltergeist e Horror em Amytiville). Todos estes ocorridos acabam trazendo ao Padre Crellick tamanhas perturbações que a gente vivencia junto do personagem dentro deste pequeno e claustrofóbico ambiente com pouca luz.

É raro você ver um filme de terror com diálogos interessantes e uma temática expandida. Além de todo terror, o foco se desvia também para a política do Vaticano e o fato de omitir, mesmo que esteja errado e evidente, tudo aquilo que possa colocar em risco a imagem da Igreja católica. E a religião e crenças em si, que é discutida por dois dos investigadores, sendo um religioso e o outro aparentemente agnóstico.

Acontece que, as fobias não se limitam às paredes da Igreja. Vai muito além, ah se vai.

Dirigido por Elliot Goldner.
Elenco: Robin Hill, Gordon Kennedy, Luke Neal, Patrick Godfrey