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Resenha: Kung Fury (2015)

Por: | 15:05 Deixe um comentário

Avaliação
Kung Fury, interpretado pelo próprio David Sandberg, um mestre em Kung Fu que viaja no tempo para matar Adolf Hitler, também conhecido como Kung Führer. Durante a viagem um erro na máquina do tempo faz com que ele passe da época e vá parar era dos vikings, onde guerreiras formosíssimas cavalgavam em seus lobos e dinossauros exterminando laser-raptors. Com ajuda, o rapaz consegue um meio de voltar no tempo até a Segunda Guerra Mundial e impedir Hitler de dar continuidade em seus planos.

Kung Fury é um curta-metragem sueco dirigido por David Sandberg, dentre a irrelevante carreira (até Kung Fury), o jovem dirigiu comerciais e alguns videoclipes. E não é de acreditar que se tenha uma mente tão criativa e brilhante. A realização do projeto de deve ao financiamento coletivo no Kickstarter, onde divulgaram um trailer apresentando o que seria projeto e solicitando arrecadação, o que é mal visto por alguns mas que na verdade é um meio justo e inteligente de se idealizar um projeto, que foi o caso de Sandberg. É uma porta a ser aberta para mentes brilhantes que tem muita qualidade a agregar na indústria do cinema. Inicialmente a meta era arrecadar US $ 200.000 para fazer um filme de 30 minutos. O Kickstarter foi encerrado em janeiro de 2014 e o rendimento foi US $630.019 de dólares. A nova meta agora é de 1 milhão de dólares para que a história seja reescrita e venha a se tornar um longa metragem. Através desse projeto Sadberg pode dar um pé na porta de grandes estúdios e agregar muita diversão e entretenimento para os nerds e fãs de clássicos.
O character de Kung Fury é uma aglomeração de Rambo, Liu Kang (Mortal Kombat), Daniel San (Karatê Kid) e Ryu (Street Fighter) num só personagem. O filme por ser considerado paródia, não é nada desse círculo Hollywoodiano que eles pegam estrelinhas para interpretar outras estrelinhas em paródias com roteiros mastigados e vomitados. Este além de ser uma puta paródia, não possui qualquer trocadilho ou referência. Cada jogada é pra fazer o espectador esboçar reação sim, "Putz, meu", "Nossaaa" "Ah... "Nome do filme"".

O filme em si possui um efeito VHS, como aqueles que nossos pais deixavam gravando pra ver depois, com filmes do Steven Seagal, Charles Bronson e Van Damme, com chuviscos e tudo. A ideia é ser um filme amador, mas além de não ser amador, ainda dá de dez à zero nas porqueiras caríssimas que a indústria cinematográfica vem cuspindo pra gente. Desde um Power Glove da Nintendo a uma estação de jogos Arcade, que além de serem relíquias e um grande sucesso da época, é semelhante a que Jeff Bridges jogava em 1982, em "Tron". Que inclusive, a máquina em que os caras jogam tem um logo da "LaserUnicorns", que é o nome da equipe por trás do filme.

O pulo do alto do prédio pra dentro do carro, é uma ideia propositalmente absurda pra satirizar clichês da forma mais qualificada e humorada possível. As últimas palavras são quase sempre um trocadilho, exatamente como os heróis dos filmes de ação faziam antes de finalizar os adversários.

Triceracop aparentemente se refere ao clichê  de parceiros negros em filmes policiais da época, como "Miami Vice" (1984 - 1990), "Lethal Weapon" (1987), "Beverly Hills Cop (1984), "Police Academy" (1984) entre outros. E diretamente a "RoboCop" (1987) também.

Hackerman é o amigo de Kung Fury que opera a máquina do tempo, capaz de hackear e extrair até projéteis. Este personagem é uma referência direta a Weird Al Yankovic, um músico parodista famoso que satiriza cultura popular e é mais conhecido por participações especiais em filmes, em especial os policiais pastelões com o saudoso Leslie Nielsen.

As cenas de luta fazem referências tanto a filmes quanto a videogames, em especial a na Alemanha Nazi, em 2D, as coreografias e o cenário lembram Street Fighter e Mortal Kombat, com direito a Fatality, Brutality e tudo.

Quando falamos de viagem no tempo, logo nos lembramos de "The Terminator" (1984) e claro, "Back to The Future" (1985). Quando Hackerman comentou sobre a tal viagem, fiquei esperando pela referência, mas ela veio depois, muito melhor e com mais frequência. O DeLorean (O Lamborghini modificado usado como máquina do tempo por Marty McFly e o Dr. Emmett Brown em "Back to The Future") finalmente apareceu e mais sofisticada impossível em cenas com garotas e explosões.

Quando Fury está dirigindo até a cena do crime no final, é possível ver a parte interior do carro que se assemelha a "Knight Rider" (1982), logo ao lado está o HOFF9000, como David Hasseelhoff, referindo-se ao HAL9000, computador com inteligência artificial instalado na nave Discovery em "2001: Uma Odisseia no Espaço" (1968).


Esse é o tipo de filme que você necrosa quando acaba de assistir e o queixo fica arrastando no chão pegando poeira por um bom tempo. Para os que já estavam aguardando entusiasmados e cheio de expectativas, não sai menos do que maravilhado da sessão debaixo das cobertas. Kung Fury é o que podemos chamar de clássico não tendo nem um mês de lançamento.

Sandberg é provavelmente um nerdão que teve a ilustre ideia de parodiar nostalgicamente tudo o que não só fez sucesso, como tem importância na vida das pessoas. É a mesma forma de simbolismo da trilogia "Mercenários" do Stallone. Reunir todos os brucutus que conquistaram seu espaço na"Tela de Sucessos", "Tela Quente", "Domingo Maior", "Corujão" com muita porradaria e coisas absurdas de fazer você soltar risinhos de incredulidade mixado com fascínio. Só que esse não é pra homenagear só os fãs da daquela geração, é pra apresentar o mundo pra nossa também. Uma homenagem respeitosa. Vale a pena.

O filme está disponível no Youtube.

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