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Análise: Resident Evil 6 (2012)

Por: | 04:31
Em Outubro de 2012 a Capcom lançou Resident Evil 6, por enquanto o último de uma das franquias de games mais famosas e queridas do mundo. Depois de algumas críticas de fãs furiosos, até desanimei, pensei eu que fosse ficar decepcionada como esses fãs. Engraçado porque tudo o que aconteceu foi uma suposta melhorada e modernização no Resident Evil 4, se assim posso dizer, um jogo que quando lançado conquistou ainda mais os fãs pela jogabilidade diferenciada e mais moderna. Grandes os fãs que tiveram seu pedido atendido em relação à algumas mudanças. Lembrando que a sensação de poder mirar e andar é esplêndida, fim de desespero. E este risco de alterada frenética na jogabilidade, com toda franquia de jogos e tudo no mundo corre o risco de acontecer. E a gente precisa começar a aceitar isso. Porque fãs de jogos são assim: Se mudar fica ruim, se não mudar fica ruim. Temos que ser adeptos à mudanças, amigos.

RE 6 apresenta o sistema Crossover,  quando personagens e histórias diferentes se cruzam ao longo da mesma. Sete personagens, quatro campanhas, cinco capítulos, quatro histórias diferentes que se cruzam e você vai descobrindo conforme vai finalizando cada campanha. Nada de baús e espaço limitado na mochilinha, agora você tem um inventário mais espaçoso para seus pertences e mais armas para aumentar a diversão. Um ponto que é considerado fraco para uns mas que eu acho interessante, é a falta de munição. Eu falar isso parece estranho mas acaba forçando você a criar uma estratégia e isso é legal. Bruce Lee na verdade deve estar chocado no túmulo com um bando de crianças saindo na porrada com monstros enormes assim, sem mais nem menos. Isso mesmo, nada como dar boas porradas em alguns J'avos. Uma estratégia que faço é sair na porrada quando forem poucos monstrinhos, como preferirem, e guardar a munição para ataques em massa ou pra quando a coisa realmente for ficar feia mesmo, tipo com o Haos, o Ogroman que dá um trabalhinho se você vacilar ou o Ustanak.

As histórias possuem spoilers, se ainda não jogou não prossiga com a leitura.

Campanha 01: Leon S. Kenndy e Helena Harper.



Avaliação

História
Leon é um dos sobreviventes de Raccoon City e o protagonista do segundo jogo ao lado de Claire Redfield e do quarto jogo da franquia, para quem se lembra. Durante um discurso na Universidade Ivy, em Tall Oaks, o presidente dos EUA, Adam Benford decide contar a verdade sobre os atentados bioterroristas que vêm chocando e assustando o mundo, incluindo o desastre em Raccoon City. Antes que isso pudesse acontecer, propositalmente, a universidade é atacada por um desses atentados bioterroristas, fazendo com que todos presentes se tornem zumbis, incluindo o presidente dos EUA. Leon responsável por proteger seu velho amigo agora se encontra em um momento decisivo de sua vida, ao lado de sua parceira e agente Helena Harper, precisam tentar descobrir a origem desses ataques e o responsável por trás de tudo isso, mas este não é o problema maior, Leon agora é considerado culpado pela morte de Adam Benford.

Jogabilidade
Até pegar o jeito você demora, mas esta é uma das campanhas mais divertidas do jogo e embora seja meio fora de foco, consegue ter uma história interessante e prende até que você termine a campanha toda, pelo menos pra mim foi assim. Parece que agora não temos mais um jogo de terror e suspense. E sim ação. Não acho que seja ruim, mas os zumbis estão modernos demais. Sofrem mutações e tudo mais só que parecem ter ficado um pouco retardados. Antigamente eram mais atrevidos, agora eles esperam você bater nele pra reagir. Às vezes só xingam a mãe e apontam o dedo na sua cara – mentira, não estão tão bonzinhos assim.

Alguns dos inimigos desta campanha são diversas vezes piores do que os das outras três, embora eu tenha brincado ali. Whopper é um deles, um gordo zumbi, mórbido, gigante e grotesco que sai dando tapão na sua orelha causa o maior estrago. O Shrieker parece ser o chefão dos zumbis, ele emite um som altíssimo (que te afeta inclusive, e vai te enfraquecendo se você não o matar logo) e vem mil pra cima de você e às vezes você é obrigado a sair na porrada. E não porque é estratégia, é porque não tem munição pra todo mundo mesmo. Isso chega a ser super chato na campanha do Leon, porque a falta de munição é muita mesmo. E o pior de tudo é que o Leon cansa rápido, não foi um personagem feito para usar muito a força física em combate, mas dá pra levar alguns nos "roundhouse kick" e isso é bom para ganhar pontos de habilidade (você pode liberar habilidades diferentes com esses pontos, são bastante úteis e podem ser desbloqueadas no menu no intervalo das campanhas) depois que os infelizes caírem no chão.

Vilão
O vilão desta campanha é Derek Simmons, um antigo amiguinho do presidente Adam Benford, um dos vilões mais chatos de todos os tempos. Depois de ser sacaneado por Ada Wong e começar a provar do próprio veneno, começa a sofrer as mutações. E por mais que aquilo pareça ser doloroso, quem mais sofre é você durante o jogo, querido player.

Campanha 01: Chris Redfield e Piers Nivans
Avaliação


História
Chris Redfield esteve presente no penúltimo jogo da série, Resident Evil 5 (que eu ainda não tive o prazer de jogar direito) Sobrevivente do incidente em Raccoon City assim como Leon. Ex membro da S.T.A.R.S, famosos por serem caçados por Nemesis em RE 3. Chris, fundador e membro da B.S.A.A, entra em campo junto à sua equipe para combater os atentados bioterroristas em Lanshiang, na China. Seis meses antes, Chris já havia enfrentado estes ataques ao lado de Piers na Europa Oriental, teve sua equipe massacrada, perda de memória e passou a viver em bares, vagando assim como as lembranças dos ataques na Europa Oriental, até ser encontrado por Piers Nivans. 

Jogabilidade
O começo desta campanha soa meio dramática, o Piers encontrando o Chris deprimido e culpado trançando as pernas em uma espelunca de esquina e arrastando uma garrafa pela mesa. Aí começa a falar sobre quem ele era e blá blá blá, até que voltamos aos meses do primeiro ataque que resultou no fracassado Chris Redfield bêbado em bares.

Nessa campanha nós enfrentamos J'avos, que aparentemente, para mim, pareceram adolescentes fazendo uso do C-Vírus como se fossem drogas injetáveis, provavelmente desconhecendo dos resultados. Esses infelizes apresentam comportamento e mutações imprevisíveis. Ou seja, quando você pensar que matou, vão se transformar em um Brzak, um Meset (mais um motivo pra você não gastar munição com qualquer um J'avo, guarde um pente para a transformação dele que talvez você precise, ou saia na porrada mesmo, você quem escolhe) e a coisa vai complicar.

Um inimigo chatão que você vai enfrentar nesta campanha é o Rasklapanje. Espere por ele nas instalações aquáticas. Você atira, eles desmontam, eles morrem, eles voltam, eles se regeneram, eles fazem você gastar munição, eles são um saco. O Ogroman que me fez demorar horrores em um capítulo por ser leiga e não ter raciocinado rápido sobre como matar a criatura, o que deve levar dez minutos talvez se você não for ruim como eu. O que já havia dito, o ponto mais fraco do jogo é a bendita câmera, que, por incrível que pareça, acaba causando as mortes mais estúpidas que você possa imaginar. Algumas vezes, tudo o que você precisa fazer é correr e deslizar. É simples, mas, graças a câmera você acaba tendo mortes infelizes e desnecessárias.

Vilão
O monstro da vez é Haos, depois de abandonar seu casulo nas instalações submersas da Neo-Umbrella, Chris e Piers precisam destruí-la e não é tão fácil assim, não basta só ter estratégias, guarde munição, você vai precisar, de muita mesmo.
Campanha 01: Jake Muller e Sherry Birkin.
Avaliação


História
Esta deve ser uma das campanhas mais dinâmicas do jogo, vou dizer porquê. Desta vez estamos na pele de Jake Muller, filho do nosso querido e falecido Albert Wesker. Jake não só é imune ao C-Vírus, como também possui anticorpos para o mesmo, graças ao papaizinho. O que traria benefícios para uns, prejuízo para outros. Sherry Birkin aparece em Resident Evil 2, onde é "protegida" por Claire e (mais ou menos) Leon filha do criador do G-Vírus e também protegida do governo por ser imune ao tal vírus. Sherry passou por experimentos antes de ser descartada por não possuir anticorpos para o C-Vírus, antes de se tornar agente do governo em troca de liberdade, antes de se tornar encarregada de proteger Jake.

Jogabilidade
Se prepare para ser caçado como um animal e protegido como uma criança a campanha quase inteira. Ao mesmo tempo que é uma das campanhas mais dinâmicas, achei uma das mais fáceis. Jake é um dos personagens que mais demonstram precisão, principalmente nos golpes corpo-a-corpo (essa agilidade nos golpes é proposital) o que facilita naquela estratégia de poupar munição e sair descendo a voadora de dois pés nos caras. Em outros casos você costuma ser o centro dos inimigos por ser o único player. Nesse caso você sempre vai ser o centro, Jake, os caras querem você. J'avos, Ogroman, Rasklapanje e Ustanak que, como dito pelo próprio Jake, parece uma ex namorada grudenta. Essas e outras criaturas você enfrentará ao longo da campanha... Mas acredite, se preocupe com Ustanak. As mortes estúpidas causadas pela câmera do jogo você verá também nesta campanha, fique de olho nas fugas para que essas bobeiras não interfiram tanto na sua pontuação final no capítulo e na sua posição no ranking. Finalizei esta campanha em algumas horas sem parar, o capítulo The Snowstorm é o mais chato, avisando de antemão.

Campanha 04: Ada Wong 
Avaliação


História
Pra quem se lembra, Ada Wong teve sua última aparição em Resident Evil 4, também "ao lado" de Leon. Que sempre deixou no ar aí um romantismo ao longo da vida, porém nunca foi nada explícito. Em RE6 Ada veio para ferrar com a vida de Derek Simmons que vem aprontando com ela há um bom tempo. Ainda por cima, tem que sair limpando a sujeira que sua sósia vem fazendo.

Jogabilidade
A campanha da Ada Wong é o ponto mais negativo do jogo. Ela tinha tudo para ser a melhor das quatro, mas acabou se tornando uma campanha desnecessária, pelo menos pra mim. Não digo pela história, porquê se não tivesse a campanha da Ada, haveriam muitos furos que vem a se esclarecer na campanha dela. É mais pela jogabilidade, que eu achei fraca no começo da campanha, algumas partes valem à pena. Ada começa no submarino de Simmons, seu objetivo é encontrar algumas informações secretas. Apenas equipada de uma Crossbow e uma Ammo Box 50 com pouquíssima munição, Ada tem que ser discreta nesse trajeto do submarino no primeiro capítulo e o  problema é manter essa discrição por muito tempo. E quando vista, acredito que, ficar para resolver a briga não seja muito boa ideia, tanto pela quantidade de munição, quanto pelo espaço para combate corpo-a-corpo.

Vilão
As pistas encontradas durante o jogo levam Ada à resposta chave, um vídeo no laboratório que mostram o mais novo problema de Ada, sua sósia, também conhecida como Carla Radames. Acho que vou precisar jogar essa campanha com mais carinho pra ter certeza se ela é ruim mesmo ou se eu estava tendo um dia ruim quando joguei, já que me tirou mais palavrões do que diversão. O final do capítulo muda muita coisa. Inclusive, há melhorias na jogabilidade. Ainda bem que a Ada Wong é linda e gostosa pra compensar o quanto a campanha dela é chata.

Desenvolvido pela Capcom.