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Resenha | Magneto: Testamento (2010)

Por: | 13:43
Avaliação

Estou num entusiasmo para ler quadrinhos que eu até me admiro, fazia tempo que não praticava essa leitura e anda até me fazendo bem espiritualmente e mantendo minha cabeça longe de coisa ruim. Me deparei com essa HQ, X-Men: Magneto Testamento. Toda a história por trás de um dos vilões mais notáveis do mundo dos quadrinhos. O inimigo da humanidade, muito antes de conhecer Charles, muito antes da era mutante.

Esta trama trata do passado por trás de Erik Lehnsherr, cujo nome era Max Eisenhardt, o Magneto. Um personagem dos quadrinhos cuja história foi criada por uma reconstituição de um dos momentos mais aterrorizantes da história mundial. É aí que entra minha admiração pelo Greg Pak, toda essa reinvenção bem feita, dando até de dez a zero nas aulas de história que tive no colégio. Nos permitindo ver a história de um ângulo diferente também, não só conhecendo a história de um terrorista, inimigo da humanidade e um dos vilões mais notáveis do mundo dos quadrinhos.


Max era um garoto do colégio onde levava uma vida normal e passava por alguns maus bocados com os colegas. Um dia Max conhece a pequena Magda, filha da faxineira e se apaixona por ela. Sua família era de origem judaica e foram perseguidos pelos alemães durante a segunda guerra mundial, até a família toda ser morta e Max ter sido enviado à um campo de concentração onde já adulto reencontra seu amor de infância, a cigana Magda. Foi uma leitura tão sensível quanto ter assistido a um filme. Angustiante acompanhar todo o percurso feito pelo Max ao longo destes anos trabalhando no campo de concentração e tendo que arrancar dentes, queimar e tratar amigos e familiares como lixo. O fato de ter sido usado uma referência histórica verdadeira deixa a história diversas vezes mais intrigante, tanto porque Max é um personagem dos quadrinhos, mas sabemos que muitas pessoas realmente passaram por isso. Eu me envolvi tanto com a história em si que eu até me esqueci dos poderes de manipulação com campos magnéticos e o capacete e Charles Xavier, eu só queria que ele tivesse conseguido parar as balas quando os alemães atiraram na família dele. Max foi um garoto que teve sua vida destruída, o que infelizmente muitas crianças nesses tempos tiveram e não só crianças.

Eu poderia ser uma baita bajuladora agora e começar a esfregar os olhos úmidos falando sobre a obra de Greg Pak, só que eu já tinha esfregado os olhos depois de ler e antes de começar a escrever. Esse é um dos quadrinhos que a gente lê pra não esquecer nunca mais. Nem sempre que assistimos um filme levamos em consideração o motivo que tenha levado o vilão se tornar um vilão e ele sempre acaba por ser o mal da história. Por mais cruel que tenha sido a vida de Max, vi que isso não foi usado como desculpa para se tornar inimigo da humanidade e sim foi usado como aprendizado para se tornar o inimigo da humanidade, o defensor dos mutantes (não usei pontuações para não dar tanta ênfase no "inimigo da humanidade", porque Magneto não é tão ruim assim, né?). Minha admiração e encanto fica com a visão, a arte tão bem usada e abusada pra fazer essa história. É muito diferente nós lermos sobre esses tempos em um livro de história ou ouvir isso na aula, do que enxergar na visão de outra pessoa, em HQ, ao mesmo tempo que a demonstração em imagem é fascinante, te corrói por dentro. Você tem a oportunidade de acompanhar mais detalhadamente .


Pra quem não sabia ou não saiba, como eu, Erik Lehnsherr possuia o nome de Max Eisenhardt. Quem leu a HQ provavelmente esperou ele dobrar arames, levitar tanques de guerra e contornar balas para o centro da testa de alguns alemães, até eu esperei e pensei que ele fosse começar a descobrir parte de suas habilidades nesta HQ. Mas só o que vemos mesmo é o lado triste da história do jovem Erik. Uma obra e tanto.

"Às vezes nesta vida... A gente só tem um momento. Uma ocasião na qual tudo se alinha... Quando qualquer coisa é possível... E de repente... Podemos fazer acontecer. Deus nos ajude se aproveitarmos esse momento... E Deus nos perdoe se não o aproveitarmos."

Criado por Greg Pak, Carmine di Giandomenico, Matt Hollingsworth.