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Batman: A Piada Mortal (1988)

Por: | 00:32
Avaliação

Tanto nos quadrinhos quanto nos filmes, dá a entender que ainda que Batman esteja do lado dos mocinhos, ele e Coringa tem muito em comum, mas muito mesmo, tanto no que levou a formar o caráter dos dois, quanto no que levou cada um a escolher um caminho, aquele draminha do "você não precisa ser assim, podemos fazer isso juntos". O que no final torna o conflito dos dois bem mais interessante no desenrolar da trama do que se tivesse sido com outro vilão. É até chato falar mas eu já não me lembrava mais do quão genial pode ser o Alan Moore e o quanto sua genialidade pode ser superior à sua arrogância, curto pra caramba o trabalho desse cara.

Em A Piada Mortal, a fim de provar que qualquer ser humano é capaz de alcançar o auge da loucura, Coringa resolve bagunçar com a vida de Jim Gordon aleijando, despindo e abusando sexualmente (nada comprovado) de sua filha e o expondo à humilhações bizarras. Convencido de que enlouqueceu Gordon, o morcegão volta pra deixar bem claro de que Coringa não usou táticas o suficiente para tirar alguns parafusos de Gordon. Certo, deixem de lado esses detalhes um pouco e  tratem de criar vergonha na cara e ir ler a HQ.

Dos vilões de Batman, ainda que seja o mais problemático e talvez o mais doentio, seguindo pela visão do Coringa, cheguei a pensar por um instante que no fundo o "mocinho" (bem lá no fundo das aspas, mesmo) fosse o próprio Coringa. Quem sabe? A piada final que fecha a trama é realmente tão mortal quanto a própria história.

"Quando vi que a piada de mau gosto era este mundo, preferi ficar louco. Eu Admito!". 

A primeira edição de A Piada Mortal foi publicada em 1988 e relançada em uma nova edição de luxo em capa dura no ano de 2008.

Talvez o segredo talvez seja se unir à piada de mau gosto que é o mundo, fazer parte dela ou optar por enlouquecer.

Roteiro por Alan Moore e Arte por Brian Bolland.