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Resenha: Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros (2015)

Por: | 03:32 Deixe um comentário

Avaliação
Quando eu era criança, tudo o que costumava assistir era sob embalo e às vezes autorização de meus pais. Certo dia, alguns parentes foram em casa e meu pai resolveu colocar Jurassic Park, o primeiro filme que veio a ser o início da minha trilogia favorita até hoje. Depois de vinte anos eu pude me sentar em uma poltrona de cinema e ver um sonho concretizado. Jurassic World não só é um ótimo e divertido filme, como também é uma esporrada de referências e especulações.

Karen (Judy Greer - "A Vila" e "Homem-Formiga") manda seus filhos Gray e Zach para passarem um fim de semana com a tia Claire (Bryce Dallas - "A Vila" e "Histórias Cruzadas") e conhecer o Jurassic World, reaberto na Ilha Nublar, onde era o antigo parque. Agora traz atrações excêntricas. Dinossauros de todas espécies, tamanhos e tipos, expostos como  animas de zoológico. A cada ano, uma atração nova deve ser apresentada ao público, já que dinossauros deixaram de ser uma novidade desde que apresentados por Hammond em 1993. Eis que uma nova criação com inteligência superior ao que esperavam ameaça a humanidade.

Este filme é quase uma versão — Se tratando do tema — de diversos filmes onde, mesmo que não explicitamente, dê a entender que o ser humano será destruído pelas suas próprias criações, em especial as máquinas. Temos diversos exemplos de filmes onde os homens querem usar máquinas para se elevar em poder e acaba se tornando escravo de sua criação. Vingadores 2 é o filme mais recente a retratar isso. Desta vez, o homem através das palavras mostra o risco de ser destruído por algo que subestima como dominante, mas desta vez, longe da tecnologia e mais próximo da "realidade", tornar seres "extintos" suas armas, sua criação e seu pedestal para o poder. Como de praxe, não foram as criações que se voltaram contra seus donos, foram ideais, ganância e superstição que devoraram o homem, literalmente. A controvérsia do ser humano em querer se aproveitar da posição que acredita ocupar no topo da cadeia alimentar nesse filme é incrível. Parece exagero, mas se pegar o que eu disse e colocar na trajetória de um dos mais cretinos personagens do filme, vão entender o que eu estou dizendo.

Elenco e Personagens
Eu fiquei por meses acreditando que Claire Dearing era Jessica Chastain, quando na verdade era Bryce Dallas. Ambas atrizes são de talentos indiscutíveis, semelhantes e lindas. Bryce, pra quem lembra (ou não) foi a protagonista do injustiçado e subestimado "A Vila", dirigido por M. Night Shyamalan (O Sexto Sentido), que por coincidência veio a contracenar também como irmã de Judy Greer. Claire é a chefe de operações do parque. A garota corre praticamente o filme inteiro com um scarpin e há quem não aguente ficar dez minutos dançando de salto na balada.

Chris Pratt vem ganhando destaque desde "Guardiões da Galáxia". Aparentemente já assinou contrato com mais sequências de Jurassic Park e eu não acho ruim não. Além de ser um bom ator, ele aceita os papéis certos. É sempre o engraçadalho, cara de pau. É super carismático e acho que esses filmes de aventura, ação e quadrinhos são perfeitos pra ele.

Nem sempre da pra perceber mas muitos filmes acabam sendo ruins por pecarem na conexão de elenco. A refilmagem de "Poltergeist - O Fenômeno" é um exemplo disso. Aqui parece que todo mundo é família desde os bastidores. E é como se fosse real.

Referências
O filme é uma referência em si, de tantas que tem. Tem a mesma entrada Jurassic Park. Tem os óculos e jeeps personalizados.Tem estátua do Hammond. Tem o livro do Ian Malcom. Tem o Mr. DNA. Tudo o que é relíquia da trilogia que você pode imaginar tem aqui.

Trilha Sonora
A responsabilidade da vez ficou na mão de Michael Giacchino. Toda trilha sonora da franquia até então havia sido composição de John Williams. Giacchino assumiu e mais do que fez por merecer. Além de inserir os temas clássicos nas entradas e saídas clássicas de cenas, ele também manteve a trilha sonora original, Jurassic Park Theme. A inserção da música em filme é importante. E temas são temas. Coisa fina, Michael.



Este é o quarto filme da franquia, mas ele consegue representar — fortemente —  como uma suposta continuação de 1993. É como se quisessem dar um rumo diferente pra trilogia, eles pegam o principal das outras duas sequências, mas sugere como o segundo filme. Vale lembrar que este filme não vai trazer — ainda, propositalmente — nada inovador, a não ser dinossauros e curiosidades. Você não é só um espectador, é um visitante do Jurassic World, você só precisa se preocupar em se divertir, conhecer e saber pra onde correr quando for preciso. Cada personalidade nesse filme não é nada novo pra você, recapitule. O parque cresceu, mas para manter o ritmo, foram preciso mentes semelhantes a de seus criadores, desenvolvedores, antecessores. Deu pra entender? É igual fazer metanfetamina, a mais pura, mas precisar de parceiros que entendam da criação e com capacidade suficiente para te acompanhar e quem sabe futuramente substituir. Cada personagem desta nova geração FAZ QUESTÃO de reproduzir um gesto que seja, para que você lembre quem ele foi nos filmes anteriores — em especialzíssimo, o primeiro, foque no primeiro clássico.


Teorias (Spoiler)
Filmes do tipo a gente não costuma se dar o trabalho de se aprofundar na trama. É tanta ansiedade e cautela com cada novidade, cada aparição de dinossauros que a gente esquece do mundo. Isso não é ruim não, é mó delícia.

Teoria da Conspiração
Desde o primeiro filme, sempre tem um paspalho para tentar fazer as coisas mais imbecis no intuito de ganhar em cima. Em Jurassic Park (1993), Nedry foi pago para roubar embriões. Em Lost World: Jurassic Park (1997), Peter Ludlow, sobrinho de Hammond reúne um grupo na Ilha Sorna no intuito de capturar espécimes para exibição na sede do parque na Califórnia. Em Jurassic Park III (2003), Billy Brennan rouba um ovo de Raptors e faz o elenco inteiro ser perseguido pelos caras metade do filme sem saber porque. Já em Jurassic World (2015), o quarto paspalho que é o Hoskins além de ser a mesma personalidade que estes outros três imbecis representaram na trilogia, ele é quem começa a cuspir o suposto desenvolvimento da trama. Por isso a ideia de que este seria considerado a verdadeira sequência de 1993.

Movie Plot apresentou uma teoria da conspiração em que considera o motivo pelo qual os dinossauros foram criados novamente e o por quê de estarem sendo alterados geneticamente.  Hoskins diversas vezes sugere a Owen colocar raptors em campo, transformá-los em "cães de caça", armas do governo. E com o surgimento do D-Rex, algo mais letal e praticamente imune a tecnologia. Um dinossauro inteligente, manipulador e com direito a camuflagem. E você passa a pensar no porquê de desde o início os personagens ansiarem tanto em conseguir tomar posse dos dinossauros. Pra quê? Por quê? Esse filme deixou mais explicito, embora nada claro ou concretizado, o que automaticamente sugere que a franquia venha a se tornar mais séria e com uma trama estendida.  Pô, Dani, você escreveu tanto só pra falar isso? Sim, eu ainda estou emocionada.

Teoria Owen Grady em Jurassic Park de 1993
Recentemente, um leitor do Reddit divulgou uma interessante teoria sobre o personagem de Chris Pratt. Em Jurassic Park (1993), um moleque petulante chamado Owen, é um dos voluntários das escavações de Alan Grant, que fica infernizando a vida do cara o tempo todo.  Certo momento, ao invés de meter a mão na orelha do moleque, Grant da uma aula sobre os Raptors e diz que é preciso mostrar respeito a eles fazendo com que o garoto se mostre convencido.

Em Jurassic World (2015) Chris Pratt interpreta Owen Grady, um ex-militar que estuda Raptors. E por incrível que pareça, ele mostra uma devoção à estes animais, como a gente não vê desde a aula de Grant.  “Eu não controlo os raptors, é um relacionamento. É baseado no respeito mútuo”.
Até então, nada comprova essa teoria, mas que ela é de fervilhar a cabeça e gerar mais teorias, ela é. Veja o vídeo.

Teoria do Anfitrião de Jurassic Park

Existe a teoria de que o Tiranossauro Rex em Jurassic World (2015) é o mesmo do primeiro filme. A ideia se deve a que, o animal possui já cicatrizes de combate, e por coincidência ou não, exatamente onde foi ferido por Raptors em Jurassic Park (1993). Tirando essa limitação de exemplo. O T-Rex é um anfitrião de Jurassic Park. E como em toda trilogia, todo final de filme era uma visão de cima da ilha, com a trilha sonora clássica mixada com aqueles rugidos de T-Rex lindíssimos. E desta vez não foi diferente. Acrescento também, pra reforçar a teoria, desde o momento em que o animal foi atraído da jaula com o sinalizador e a forma como se comunicou com raptors, tudo interligou com o primeiro filme. É uma loucura, mas é como se o raptor tivesse dito a ele no final "Sem ressentimentos". Veja o vídeo.





Esse filme só faz você ter mais certeza de que a humanidade não merece o mundo em que vive. E que as espécies deviam ter se limitado a estas encantadoras e famintas criaturas. Dá vontade de sair do cinema e ter um dinossauro. Dá vontade de viver no mesmo mundo em que eles. Esse filme não é reboot, remake, ele é uma evolução. É uma continuação digna da franquia, não desmerecendo os outro dois filmes porque também amo de paixão. Mas pra quem é fã das antigas, pra quem pegou à partir desse filme mas pra valer mesmo conseguiu também captar, absorver. Esse filme é o começo de um futuro. Cada vez mais estamos indo além de personagens e parque temático e estamos começando a viver de verdade entre os dinossauros. Não tive a oportunidade de ver 3D e desta vez optei por ver dublado também. Não tem do que reclamar, definitivamente. A maior gafe do filme é um fósforo que acede depois de ter caído na água. Trevorrow é um rosto desconhecido na indústria do cinema mas que na minha opinião entrou bem. Deu de Jurassic bitch e eu apreciei seu trabalho. O filme é divertido e tem muita coisa pra você prestar atenção, é quase que um quebra-cabeças cinematográfico, vale a pena.

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