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Análise: Far Cry 3 (2012)

Por: | 02:05


Avaliação
Este com certeza é um dos jogos mais fantásticos e sanguinários que eu já joguei na minha vida. E também o primeiro da série Far Cry que vim a experimentar, não podendo fazer ainda nenhum tipo de comparação ou comentário construtivo ou destrutivo em relação aos jogos anteriores. Demorei um bocado para finalizar, mas foi feito com a maior satisfação do mundo e valeu a pena cada minuto. Se ainda não conhece, se despeça dos amigos e vida social e venha mergulhar nesse mundo de loucuras. 
Far Cry 3 é um jogo de tiro em FPS desenvolvido pela Ubisoft Montreal e lançado em 2012. Com um enredo sofisticadíssimo e narrativa muito bem trabalhada. O jogo conta a história de Jason Brody que escolhe uma ilha paradisíaca no Pacífico como cenário para as férias perfeitas com os amigos e irmãos para praticar esportes radicais. Os problemas começam quando eles decidem fazer paraquedismo, indo parar cada um em um canto da ilha. E Jason se vê enjaulado com um de seus irmãos por um grupo de piratas comandados por Vaas. Um pirata maníaco, psicopata, com desvio de personalidade que, junto de seus seguidores comandam o tráfico de pessoas na ilha. Após a introdução do game, você conhecerá Dennis, que também terá grande influencia sobre seu personagem no início, no meio e no final do jogo. Ele faz parte dos Rakyat, uma tribo liderada por Citra, irmã de Vaas. Que acredita que você seja o escolhido esperado por anos, desde seus ancestrais para acabar com o domínio dos piratas sobre a ilha e os nativos. Jason se submete às crenças de Citra e inicia sua missão com auxílio de Dennis.
Após a introdução do jogo, você terá liberdade para percorrer a ilha e concluir tarefas paralelas que podem influenciar nas conquistas do game. 
A caça: O jogo possui um mapa com a localização de torres do rádio, postos avançados e espécies de animais e suas respectivas regiões de habitação. Será necessário uma quantia específica de pele de diferentes animais para melhora de equipamentos. O aperfeiçoamento destes equipamentos são importantes pois influenciam na quantidade de seringas, slots e até armas em que poderá carregar durante o jogo.
Torre do rádio: As torres de rádio servem como uma espécie de viewpoint. Ativando-as você libera parte do mapa, assim como recomeçará dali caso venha a morrer em combate antes de qualquer outro checkpoint. Ative quantas puder ainda no início do jogo para ter mais visibilidade do mapa.
Postos avançados: Estes postos são pequenas regiões dominada por piratas. E tomá-las pode ser mais complicado do que imagina. Procuro sempre iniciar a invasão na surdina, à distância e com uma sniper. Invadir desembestada dando a cara à tiro deixou de fazer meu estilo nesses jogos. Evite que alarme seja disparado, senão o problema se multiplica.
Exp: Como sabem, Exp são os pontos de experiência que você adquire com golpes certeiros e habilidosos. Como decapitar um inimigo por trás ou cravar-lhe uma faca no peito. Combate corpo a corpo. Headshots e tiros à distância. As coletas de animais também influenciam nestes pontos. Eles podem desbloquear novos golpes e completar a tatuagem de guerreiro do Jason.
Colecionáveis: Cartões de memória, relíquias e cartas dos perdidos, são itens que exigirão um pouco do seu tempo e paciência, pois terão de ser procurados por toda ilha. A coleta completa levará à conquistas ou troféus.
Na primeira tentativa de fuga no início do jogo, Jason é obrigado a cometer seu primeiro homicídio, vindo a cortar a jugular de um pirata que vem pra cima de você disposto a arrancar a sua cabeça. E você, na pele do garoto, vê a aflição nesta experiência traumatizante. No desenrolar da história você já percebe o amadurecimento de um assassino nato e frio. Ao qual foi obrigado a se submeter por um único motivo: Sobrevivência. De adolescente filinho de papai à um guerreiro. Ou visto de outro ângulo, um sobrevivente que se tornou obrigado a sujar suas mãos de sangue para salvar a própria pele. Querendo ou não, o rapaz  não tem escolhas. Ou ele, ou seus adversários. Além de limpar a ilha dos cruéis piratas, Jason também tem a missão de resgatar seus amigos. 
Vaas é de longe, um dos melhores e mais influentes vilões que eu já conheci, senão o melhor. Ele não é o vilão principal e recebe ordens de Hoyt, que ainda sendo o manda-chuva, não é tão influente e notável quanto Vaas. Ele é imprevisível, e junto de seus imundos carniceiros, aparecem das horas mais importunas do jogo, no auge do seu sucesso em missão. A notabilidade de Vaas se dá pela sua insanidade mental, frieza e a  facilidade dele em manipular as pessoas. E inclusive, fazer com que você reflita sobre quem você é ou quem você pensa que é. Citra é sua irmã e alguém pela qual ele fez muitos sacrifícios e loucuras para proteger, para no final ela escolher um lado diferente, vindo a se tornar uma inimiga. E que por destino, treina e auxilia você para destruí-lo. Tirar a vida das pessoas pode levá-lo à dois caminhos: traumatizá-lo e afetá-lo psicologicamente, ou fazê-lo perder sua humanidade. Mas é um caminho é certo, isso o levará à completa insanidade.

Did I ever tell you what the definition of insanity is?

Para os impacientes ou que por prazer, gostam de invadir solo adversário atirando para todos os lados, este não é um jogo recomendado, pois é mais do que explodir a cabeça dos inimigos e tomar seu terreno. As campanhas exigem cautela do jogador, foco e uma boa mira — que pode ser aperfeiçoada conforme você vai se adaptado ao controle —  o que vai além de qualquer invasão desvairada. Esta sutileza é exigida à todo momento no jogo, pois não é o tipo de situação que você possa dominar com facilidade expondo-se. Você estará sozinho em uma ilha infestada de animais selvagens e piratas que não têm nenhum interesse em sentar para jogar poker e negociar sua morte ou a de seus amigos. Eles só querem a sua cabeça para trocar por uma boa quantia em dinheiro. 
A história é longa, mas devido aos seus detalhes importantes para o desfecho, que isso não seja confundido com cansativo. Muito pelo contrário, você só deseja chegar logo ao final por curiosidade, não por desgaste. Não existem amigos. Não existe paz. Não existe tranquilidade. Você está em um solo totalmente hostil e os movimentos do inimigo são imprevisíveis. É a sua frieza e habilidade que equilibrará a situação e facilitará no alcance dos seus objetivos. Este jogo mostra que experiências podem moldar seu caráter da pior maneira possível. Você é um assassino. E seus encontros com Vaas mostram que, ainda que denominado um guerreiro, você não é tão diferente deles. Pois por mais necessário que seja matar para sobreviver, você encontra um certo prazer naquilo. Suas mortes passam a ir além da necessidade de matar. Seu extermínio vai além do necessário pela campanha. Jason não é só um guerreiro. Ele está finalmente cedendo à natureza humana. Assim como o jogador também acaba se entregando. 
Os gráficos são tão incrivelmente maravilhosos e bem feitos, que você não sabe se para e admira o animal mutilado à sua frente, os detalhes, cada centímetro de seu corpo mutilado ou daquela ilha. O se prossegue com a missão. 
Como têm sido feito nos games ultimamente, não é obrigatório que você saia correndo em busca de kit médico, é possível melhorar sua "saúde" apenas com um comando. E estas melhoras são demonstradas como, você colocando seu punho ou dedo deslocado no lugar, enrolando um esparadrapo ou tirando uma bala do braço com uma ponta de faca. Estupidamente sensacional. 
Você também pode atirar pedras para distração do inimigo. E utilizar uma câmera para identificá-los em um campo de visão não muito claro, ou através de objetos. 
A jogabilidade não apresentou problemas notáveis para mim. Os comandos são bem respondidos, golpes corpo a corpo, mira e outros movimentos são bem executados quando solicitados.
Cada personagem te cativa de uma forma diferente. E ainda que, com uma curta participação, possui uma personalidade forte e características destacáveis, marcado de maneiras diferentes a vida de Jason.
Ainda contamos com o multiplayer mode, que como em qualquer outro jogo que eu conheça, não chama tanto a atenção quanto o single player. O jogo disponibiliza um segundo player no mesmo console, não só online. É recomendado que você jogue com uma boa quantidade de companheiros, pois os inimigos também vêm em boa quantidade. E é importante para o trabalho em equipe que exigirá sincronização entre os jogadores.
Para tornar mais atrativo, ainda temos as cópias com menus em legendas totalmente em português. Com loadings repleto de palavras significativas e de baixo calão refletidas e encaixadas umas nas outras. Este jogo é obviamente voltado para o público adulto. Ainda que eu seja contra este tipo de censura, não deixe seu filho de 6 anos jogar este jogo, se você acha que ele tem algum tipo de tendência psicopata, pois isso só irá incentivá-lo. Lógico que é brincadeira.
Este é um jogo que todo fã de videogame é obrigado a experimentar, porque é uma experiência inigualável e de qualidade.
Desenvolvido pela Ubisoft Montreal e distribuído pela NC Games.
Disponível para Playstation 3, Xbox 360 e PC.