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Os Crimes ABC (1936)

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Avaliação

Arthur Hastings é um dos personagens principais, também narrador das histórias em que aparece. E Hercule Poirot é o detetive fictício que aparece na maioria dos livros da escritora. Juntos são Holmes e Watson do mundo literário de Agatha.

Poirot é alvo de um assassino doentío que lhe envia cartas para avisá-lo previamente dos crimes que irá cometer e onde acontecerá, assinadas como "ABC". Uma senhora dona de uma humilde tabacaria; Uma jovem que gosta de se aventurar com rapazes (que no meu país tem outro nome); Um homem da segunda idade, colecionador da arte chinesa; três de algumas das vítimas, "nenhuma ligação" entre elas. As mortes são aleatórias, porém, seus nomes seguem em ordem alfabética assim como o lugar onde moram e são sempre deixados um guia de trens junto às vítimas. Poirot e Hastings se unem aos familiares das vítimas assasinadas durante a história, após alguns dos assassinatos. Um ponto que eu achei incomum, inteligente. Unir os "desamparados" familiares para ajudar uns aos outros a descobrir quem é o débil mental que anda bagunçando com a vida dos outros.

Existem capítulos que não fazem parte da narrativa de Hastings, se tratando do principal suspeito. Um homem com lapsos de memória, alvo fácil e perfeito para um falso suspeito. Manipulado por um personagem bastante presente na história e com interesses ambiciosos. Passando-se despercebido, o perfil de um personagem comum, o perfil de um verdadeiro psicopata.

Este livro me deu momentos bastante prazerosos de leitura, embora exista essa semelhança entre os livros de Agatha e as histórias de Sherlock Holmes que possa ser considerada clichê, ainda que seja somente inspiração. De maneira nenhuma e em nenhum momento me desencantou, pelo contrário. Agatha ter citado Sherlock Holmes e tê-lo como inspiração de suas histórias, fez com que meu respeito por ela aumentasse. Tenho alguns livros dela em casa (coleção de mãe) e me dei conta de que já estava mais do que na hora de lê-los.

Admito que até entrei em conflitos emocionais durante a narrativa, de tanta tensão, excitação e etc. Espero ler novamente daqui um tempo. Sempre descobrimos algo novo ao ler um livro, ainda que seja o mesmo, pela terceira ou quarta vez.

Adorei a jogada de Poirot, faz verdadeiras acusações sem estar certo delas serem verdadeiras ou não e desmascara o verdadeiro assassino. Jogada de sorte, Poirot. Intuição de detetive. A forma como leio, todas as vezes que leio este final, ainda me tira boas risadas. Fazia anos que não lia um bom romance policial, anos mesmo, talvez desde a minha 6° ou 7° série, talvez até antes disso. Fiquei um bom tempo sem saborear alguns livros. Claro que se tratando de policial, existem alguns pontos que podem ser clichês o que não desvaloriza o livro.

É uma boa narrativa. Sujeitam você a desconfiar de todos, ainda que a narrativa à parte da de Hastings, lhe deixe visível o principal suspeito. Eu desconfiei de todos, menos de quem deveria. Boa Christie, fez de um personagem aparentemente idiota, um perfeito assassino. Outro ponto que me chamou a atenção foi a um destinatário errado de uma das cartas. Tendo trocado uma palavra por outra de um jeito que realmente acontece com todos. Citado por um personagem "Uma vez ou outra, fazemos a mesma coisa de modo inconsciente, copiando algo que está diante dos nossos olhos." Eu costumo gostar e achar interessante dos pontos simples aos mais bobos de um livro.

Escrito por Agatha Christie.

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